Pedimos a Edwyn Plenel para apresentar as análises efetuadas, para localizar questões sociais a partir de palavras-chave: democracia, participação, cidadania, a parte do sonho, mas igualmente para nos dizer, do seu ponto de vista, quais as principais questões sociais para os quais um movimento como o nosso se deve preparar.
A sessão pública de abertura
Esta acolherá os convidados regionais. Reafirmará a nossa identidade de movimento da Educação Nova Francesa, os nossos fundamentos e os nossos valores. Permitirá reafirmar o compromisso permanente do nosso movimento sobre as grandes questões atuais. Lembrará o quadro dos trabalhos do congresso e a lógica dos diferentes conteúdos, assim como a importância da construção, para cada congressista, do seu percurso para os dias seguintes. (Anfiteatro Weil)
As mesas redondas:
Sucesso educativo, continuidade e coerência do tempo e dos espaços, a educação tornou-se uma questão coletiva, uma questão social
No momento da desconfiança que se amplifica contra as instituições da república, no momento de dúvida sobre a capacidade de influenciar o curso dos acontecimentos, a escola, mas mais amplamente todos os espaços educativos, devem tornar-se terrenos férteis de confiança, de vida coletiva e onde se pode agir favorecendo, para além disso, a construção de uma identidade de cidadão.
Mas sabemos que as respostas às questões de hoje serão sociais, ideológicas e educativas.
A mesa redonda poderá permitir abordar as seguintes questões:
– Ao todo social de há alguns anos sucedeu o todo económico e em breve o todo educativo. A realidade é bem mais complexa.
– O nosso projeto do movimento Educação Nova é em si um projeto político de transformação social, de emancipação dos cidadãos. Quando atualmente se fala de educação não se fala necessariamente de emancipação.
– As questões que nos são colocadas encontram-se tanto na instituição como nos espaços extracurriculares nos territórios franceses. Se for necessário extrair, identificar 3 grandes desafios para um movimento como o nosso no futuro.
Laicidade, referências ideológicas e questões “terrenas”
Em relação à laicidade, o assunto está na ordem do dia. A conferência realizada por Henri Pena-Ruiz durante o festival europeu de filmes de educação de Évreux, pode servir de base para as nossas reflexões.
Contudo, há uma ambição que nos é muito cara, a de poder fazer a ligação entre conceções, abordagem ideológica e as questões “terrenas”. Os/as 800 ativistas que estarão presentes são todos/as agentes da educação: professores, animadores, assistentes sociais e educadores.
Precisamos de fazer “pontes”, conexões, para tentar ajudar a determinar as posturas educativas do dia a dia. Refletimos sobre a história do nosso movimento, mas temos de avançar sobre as articulações entre essas conceções (incluindo vários de nós no CEMÉA) e as realidades vividas, trazidas ou apoiadas pelas nossas equipas todos os dias.
Europa e internacional, as questões europeias para 2020
A construção geográfica e política da União Europeia, os acontecimentos sociais dos últimos quatro anos (a “primavera árabe” e as guerras que lhe sucederam, a crise económica na Europa), a restruturação administrativa da França, são diferentes elementos a ter em conta para entender o contexto complexo no qual vivemos.
Que marcadores ou grandes tendências se verificam no trabalho?
Para compreender este ambiente, os CEMÉA identificaram três questões principais: a educação e a sua instrumentalização, a injunção contraditória entre a promoção de mobilidade e a rejeição da migração, o território e os territórios.
10 anos depois de “les temps libérés”, em que se tornou o lazer coletivo?
Trata-se de partilhar elementos resultantes de anteriores pesquisas e estudos (local de convívio e lazer coletivo dentro do campo mais amplo do lazer); que escolher e a partir de que critérios (famílias, adultos, crianças ou jovens?); que evoluções sofreu o trabalho atual?, etc.) mas também, a partir destes dados, destas reflexões, de tentar fazer uma análise “prospetiva” em que percebemos o próprio futuro do lazer coletivo.
Psicoterapia e pedagodia institucional: reinventar o possível
A psicoterapia institucional e a pedagogia institucional, são práticas teóricas de coletivos que não param à porta das nossas instituições quer sejam escolares, médicas ou psiquiátricas. Estas práticas de política e de pedagogia constituem uma referência para o nosso movimento. No dia a dia, estas são criações de locais a que nós chamamos de Instituições que se desenvolvem e transformam, substituindo a palavra do grupo e de cada um, onde se constrói uma vida em conjunto com os outros e se cultiva um ambiente de vida.
Face à gestão liberal do trabalho feita nalguns estabelecimentos, e deixando de fora qualquer tipo de nostalgia, o grupo de discussão, o conselho escolar, médico ou psiquiátrico, permitem neste sentido, um lugar para unir as pessoas, onde o desejo ganha vida ou a função de receptáculo da palavra “institucional” ocorre. Trata-se, então, de questionar o que é a palavra e de que palavra se trata. Tece-se, de seguida, para as pessoas, o processo de desalienação da sua própria instituição.
Os CEMÉA podem favorecer o aparecimento e a criação destas instituições para sobreviver, criar, pensar e resistir em conjunto com a psicoterapia institucional e a pedagogia institucional.
Que espaços utilizar para as práticas culturais, hoje em dia, na vida da cidade?
Através de perguntas “Que espaço há para as práticas artísticas de hoje na vida da cidade? E como? Porque se deve apoiar e promover as práticas artísticas atuais? E como?” Poderíamos iniciar uma reflexão sobre as questões da criação artística e da receção de propostas artísticas numa perspetiva da transformação da sociedade.
“O ultramar dos CEMÉA”, especificidades e ressonâncias coletivas
Esta mesa redonda visa dar a conhecer, partilhar com todos/as os/as participantes do congresso as associações territoriais ultramarinas dos CEMÉA, nas suas singularidades mas também na sua ressonância em todo o movimento dos CEMÉA. É também um momento de trabalho para desenvolver de forma coletiva, como estas associações são uma contribuição bastante rica para todos/as os/as ativistas neste contexto de globalização e da necessária alteridade perante o outro, a sua dinâmica social, cultural e política.
Movimento de educação e desenvolvimento
O trabalho coletivo realizado na ação de investigação “Educação e desenvolvimento” visa contribuir para a qualificação, nomeação e melhor identificação dos processos de desenvolvimento a implementar pelo movimento de educação.
Apostámos assim numa identificação sólida deste paradigma da intervenção dos CEMÉA que pode ajudar a construir um desenvolvimento estratégico, ajudando assim a resolver situações de crise, tendo em conta, nomeadamente, a atividade de produção.
O objetivo não é tanto o de encontrar “a” solução, o “método ideal” ou “a melhor prática”. É acima de tudo identificar e tratar aquilo que possibilitará, no futuro, ao nosso movimento, à nossa associação, de realçar positivamente a relação entre um contexto político, social e institucional em constante evolução com a nossa identidade e as nossas atividades para pensar e depois criar “o” desenvolvimento, o “nosso” desenvolvimento, e aquele que iremos escolher.
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